sábado, 27 de novembro de 2010

FHC


Para esse post utilizei a charge à cima e uma matéria que saiu na revista Veja em 2002.
  Para começar, vocês sabem o que é uma charge?! Ela é um estilo de ilustração que serve para satirizar algum momento/aspecto ou situação. Pois bem, sabendo a definição de charge e analisando a que postamos, dá para perceber que a nossa reflexão de hoje é sobre o investimento no social durante o governo FHC. Governo este com um projeto político-econômico orientado pelo neoliberalismo e a globalização.
A reportagem da VEJA, começa relatando o espanto dos brasileiros quando o “presidente Fernando Henrique Cardoso foi escolhido pela ONU como a autoridade mundial que mais se destacou ao longo deste ano no campo do desenvolvimento humano.”(COSTA e SEARA,2002).  
Existem duas visões sobre a efetividade do investimento na esfera social do governo  FHC, na reportagem da Veja, COSTA e SERRA (2002), defendem e acreditam nessa efetividade, mostrando índices e dados que justifiquem essa escolha do FHC como um governo que se destacou no campo do desenvolvimento humano. Justificam dizendo que o FHC utilizou de uma nova forma de investimento no social não sendo de forma imediatista, como oferecendo cobertor para quem tem frio, ou comida para quem tem fome, e sim que a pobreza, só será combatida com a geração de renda. Defende que o governo FHC não só investiu mais na área social, mas soube gastar melhor, com investimentos nos bancos e com a queda da inflação, que refletiu numa queda/estabilidade no preço dos alimentos, beneficiando assim, diretamente os mais pobres, que como foi dito já nos outros post’s é quem paga a conta, ou seja, a classe trabalhadora é quem mais paga impostos. Índices mostram que “Em seu governo, FHC dobrou o gasto em programas de assistência social, de uma média anual de 15 bilhões até 1994 para 30 bilhões de reais em 2002. O aumento produziu um efeito que pode ser conferido em várias áreas. Na educação, em que se elevou o número de crianças na escola, na saúde, na qual a mortalidade infantil caiu significativamente, na distribuição de crédito a microempreendedores” (COSTA e SEARA, 2002). Portanto, a visão positiva do investimento do governo FHC no social vem com base numa mudança conceitual do que seria este, ou seja, quanto maior o investimento e preocupação com as questões econômicas, maior será seus efeitos no social, refletindo não em um investimento direto, mas investimentos que acabam por intervir numa melhora no social, como a queda dos impostos inflacionário que consumia uma parte da renda dos brasileiros e a privatização das estatais, reduzindo assim, os gastos do Estado com essas empresas, que davam prejuízos e arrecadavam poucos impostos.
 Porém, há outra fonte de análise sobre o governo FHC,que vê o governo FHC com suas bases neoliberais e orientado pela globalização como um dos governos que menos se importou com o social e seus reflexos, onde os problemas sociais aumentaram, refletindo em um maior índice de desemprego devido às privatizações; salários baixos e exclusões sociais. Com a opção do FHC em se preocupar com programas de crescimento econômico, as crises sociais se agravaram, com o desemprego, a classe que dependia deste se tornou mais empobrecida.  Aumentando assim, a parcela da população que dependia de políticas sociais, ao mesmo tempo em que há um nível de carência nos investimentos em programas sociais. Com isso há um aumento na violência, como por exemplo, a criação do Movimento dos sem terras, que sem políticas voltadas para eles, passam a invadir terras.
 Embora ambas as visões nos dêem índices concretos que embasem suas teses, o que possibilita a você leitor tirar suas próprias conclusões.  Achamos que é preciso romper com essa leitura de que as mudanças/ investimentos no econômico é a solução. É preciso ter uma visão de totalidade, ler os problemas sociais com suas expressões políticas, econômicas e sociais e assim responde-lo.  

COSTA, D. SEARA, S. Herança FHC: dúvidas na economia e conquistas no social. Disponível em:< http://veja.abril.com.br/181202/p_112.html>. Acesso em: 26 de Nov. 2009.