domingo, 28 de novembro de 2010

''Sempre mais do mesmo''

 Música:  Mais do mesmo
 Legião Urbana
Composição: Dado Villa-lobos/ Renato Russo / Renato Rocha / Marcelo Bonfá
 
                           
Ei menino branco o que é que você faz aqui                                            
Subindo o morro pra tentar se divertir
Mas já disse que não tem
E você ainda quer mais
Por que você não me deixa em paz?

Desses vinte anos nenhum foi feito pra mim
E agora você quer que eu fique assim igual a você
É mesmo, como vou crescer se nada cresce por aqui?


Quem vai tomar conta dos doentes?
E quando tem chacina de adolescentes
Como é que você se sente?

Em vez de luz tem tiroteio no fim do túnel.
Sempre mais do mesmo
Não era isso que você queria ouvir?

Bondade sua me explicar com tanta determinação
Exatamente o que eu sinto, como penso e como sou
Eu realmente não sabia que eu pensava assim
E agora você quer um retrato do país
Mas queimaram o filme
E enquanto isso, na enfermaria
Todos os doentes estão cantando sucessos populares.
(e todos os índios foram mortos).

      Nessa música a banda politizada Legião Urbana, faz crítica sobre o expoente tráfico e a decadência dos hospitais públicos no país,nos anos 90.Parece que os compositores tiveram uma visão de uma realidade, na qual infelizmente a decada vegetativa, só deu procedimento fortalecendo-a.Não é pura coencidência o fato de hoje estarmos vivendo no Rio de Janeiro uma verdadeira Guerra contra o tráfico.Nos anos 90 o desemprego crescente no Brasil,a explosão de favelas e a venda de bens essencias como a saúde, graças ao neo-liberalismo favoreu a marginalização de jovens.A vegetativa década ainda dá reflexos de seus efeitos até hoje.Vamos refletir curtindo legião até onde os fenÔmenos produzidos nos anos 90, podem nos afetar hoje.

 

Crônicas dos anos 90

      Incrível enxergar só agora coisa que vivi na década de 90,em um perído da história em que eramos todas crianças.Os anos 90 passou por nos, no momento em que o nosso interesse era brincar de boneca.A Barbie de preferência, que aliás seria a decada do auge dessas bonecas, no Brasil e no mundo,ir pra escolinha encontrar os amiguinhos sequer sonhavamos que nossos pais, como tantos outros já faziam o ''esforço'' de colocar os filhos em escolas particulares pois, as públicas,especialmente na educação básica, já entravam em decadência e a necessidade de se investir na educação dos filhos, para além dos investimentos do Estado já mostrava sinais de seu aprofundamento gradual.Ganhavamos mesadas com a recem criada moeda,o real , que facilitou a instabilidade economica do nosso país.Queriamos lanchar no McDonald,cantar e dançar músicas em inglês,dos fenômenos Pop como Space Girls, BSB e Britney pois,a globalização e a expansão da cultura norte-amicana, estavam neste momento, enraízadas em nossas famílias desde décadas passadas, e nos anos 90, naturalizavam-se nas nossas vidas, como na de muitos brasileiros.
Aos ligar a TV não prestavamos a atenção nos telejornais, em notícias como: ratificação do MERCOSUL,acordos e disputas de territórios na Ásia e Oriente Médio.Contudo, hoje,entedemos  mas quando jovens o que prendia a nossa atençaõ na frente da tv era tentar descobri o assasino da novela global, A Próxima Vítima.
Cada vez mais acessivel a internet e outros meios tecnologicos incorporam-se a nossa rotina, conseguimos nossos primeiros celulares e computadoes,  no fim da década crescemos, não só na idade e altura, mas  espiritualmente,intelectualmente,evoluimos.
Hoje, olhando pra trás, pela necessidade de postar no blog, vejo como nós, estudantes de Serviço Social, conseguimos uma consciencia da realidade e enxergamos além da obviedade,sair do senso comum e entender as entre linhas de uma década onde não só nossa profissão, como toda sociedade brasileira transformou-se.  

sábado, 27 de novembro de 2010

FHC


Para esse post utilizei a charge à cima e uma matéria que saiu na revista Veja em 2002.
  Para começar, vocês sabem o que é uma charge?! Ela é um estilo de ilustração que serve para satirizar algum momento/aspecto ou situação. Pois bem, sabendo a definição de charge e analisando a que postamos, dá para perceber que a nossa reflexão de hoje é sobre o investimento no social durante o governo FHC. Governo este com um projeto político-econômico orientado pelo neoliberalismo e a globalização.
A reportagem da VEJA, começa relatando o espanto dos brasileiros quando o “presidente Fernando Henrique Cardoso foi escolhido pela ONU como a autoridade mundial que mais se destacou ao longo deste ano no campo do desenvolvimento humano.”(COSTA e SEARA,2002).  
Existem duas visões sobre a efetividade do investimento na esfera social do governo  FHC, na reportagem da Veja, COSTA e SERRA (2002), defendem e acreditam nessa efetividade, mostrando índices e dados que justifiquem essa escolha do FHC como um governo que se destacou no campo do desenvolvimento humano. Justificam dizendo que o FHC utilizou de uma nova forma de investimento no social não sendo de forma imediatista, como oferecendo cobertor para quem tem frio, ou comida para quem tem fome, e sim que a pobreza, só será combatida com a geração de renda. Defende que o governo FHC não só investiu mais na área social, mas soube gastar melhor, com investimentos nos bancos e com a queda da inflação, que refletiu numa queda/estabilidade no preço dos alimentos, beneficiando assim, diretamente os mais pobres, que como foi dito já nos outros post’s é quem paga a conta, ou seja, a classe trabalhadora é quem mais paga impostos. Índices mostram que “Em seu governo, FHC dobrou o gasto em programas de assistência social, de uma média anual de 15 bilhões até 1994 para 30 bilhões de reais em 2002. O aumento produziu um efeito que pode ser conferido em várias áreas. Na educação, em que se elevou o número de crianças na escola, na saúde, na qual a mortalidade infantil caiu significativamente, na distribuição de crédito a microempreendedores” (COSTA e SEARA, 2002). Portanto, a visão positiva do investimento do governo FHC no social vem com base numa mudança conceitual do que seria este, ou seja, quanto maior o investimento e preocupação com as questões econômicas, maior será seus efeitos no social, refletindo não em um investimento direto, mas investimentos que acabam por intervir numa melhora no social, como a queda dos impostos inflacionário que consumia uma parte da renda dos brasileiros e a privatização das estatais, reduzindo assim, os gastos do Estado com essas empresas, que davam prejuízos e arrecadavam poucos impostos.
 Porém, há outra fonte de análise sobre o governo FHC,que vê o governo FHC com suas bases neoliberais e orientado pela globalização como um dos governos que menos se importou com o social e seus reflexos, onde os problemas sociais aumentaram, refletindo em um maior índice de desemprego devido às privatizações; salários baixos e exclusões sociais. Com a opção do FHC em se preocupar com programas de crescimento econômico, as crises sociais se agravaram, com o desemprego, a classe que dependia deste se tornou mais empobrecida.  Aumentando assim, a parcela da população que dependia de políticas sociais, ao mesmo tempo em que há um nível de carência nos investimentos em programas sociais. Com isso há um aumento na violência, como por exemplo, a criação do Movimento dos sem terras, que sem políticas voltadas para eles, passam a invadir terras.
 Embora ambas as visões nos dêem índices concretos que embasem suas teses, o que possibilita a você leitor tirar suas próprias conclusões.  Achamos que é preciso romper com essa leitura de que as mudanças/ investimentos no econômico é a solução. É preciso ter uma visão de totalidade, ler os problemas sociais com suas expressões políticas, econômicas e sociais e assim responde-lo.  

COSTA, D. SEARA, S. Herança FHC: dúvidas na economia e conquistas no social. Disponível em:< http://veja.abril.com.br/181202/p_112.html>. Acesso em: 26 de Nov. 2009.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Entrevista

Entrevistamos o senhor Roberto Copello, como forma de analisarmos a opinião de alguém que participou desse contexto da década de 90.

Grupo: Diante das eleições democráticas de 1989, o que você esperava para próxima década?
Roberto Copello: Esperava melhoria nas questões econômicas e enfim uma democracia. Embora, mesmo hoje em dia não haja realmente uma democracia. E depois de 20 anos de ditadura a 1ª eleição para presidente do Brasil foi uma decepção.

Gr: Os governantes desta década corresponderam as suas expectativas?
RC: Não, em hipótese alguma, foi uma decepção total.

Gr: O que achou dos 8 anos de governo do FHC?
RC: Ridículo, arruinou com as empresas estatais, privatizou tudo, ou melhor, entregou tudo.

Gr: Quais foram os impactos na sua vida nesse período?
RC: A vida não mudou, ficou estagnada.

Gr: E os impactos, segundo a sua opinião, para a sociedade brasileira?
RC: Piorou. Muito desemprego devido as privatizações, aumento da inflação, crescimento do PT, que era a oposição na época, fim da aposentadoria por apenas tempo de serviço, criação do fator previdenciário, o que é bem engraçado uma vez que foi criado após Fernando Henrique ter se aposentado com seus 40 e poucos anos.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

''O que vem antes? o ovo ou a galinha?'':Dados que alteram as políticas sociais, e políticas sociais que alteram a população.

     O professor Kaizô Iwakami Beltrão¹,apresentou na palestra dados relevantes para se pensar nas elaboração das políticas sociais. Como nos compomentes  da dinâmica natalidade X mortalidade.Os dados levantados por Beltrão é da década de 1940 á 2000.Lembrando que os relfexos da decada e 90,o periodo vegetativo do Brasil, são sentido ainda nos anos '90,pois reverberaram.
    No âmbito rural as mulheres tem em geral + 2 filhos que as mulheres urbanas.
    Quando o recorte é feito por renda. As mulheres das classes menos favorecidas tem + filhos que as com renda igual ou superior á 5 salários minínos.Além de começaram mais cedo a engavidar,a incidência de gravidez na adolescencia é maior nas mulheres com renda de até 1 salário mínimo.
    Em realção a expectative de tempo de vida desses nascidos.No meio rural é sempre menor e quando a comparação se dá por gênero as mulheres vivem +.
URBANO                                          RURAL
MULHER-70/80 anos                        MULHER - 60/70 anos
HOMEM -60/70 anos                        HOMEM - 50/60 anos
    Há uma tendência á homogeinização, porém, persiste uma disparidade.
    Quando mostra-se os índices do fenômeno da migração é interessante observar que as mulheres migram + do rural em direção ao urbano, além de serem as mulheres as que migram para menores distâncias.
    Na migração pendular - trata-se de um conceito que nomeia a ação das pessoas que moram em uma cidade e trabalham em outra, ou vivem em um estado e trabalham em outro.- são os homens que aparecem em maior numero.
   Em suma,nos últimos anos a pirâmide da população  nos ultimos anos encontra-se capilar,com um aumento da qualidade de vida,consequentemente, mais tempo de vida, e uma diminuição da natalidade.
    Então,KaizÔ fez a questão aos presente:''O que vem antes?o ovo ou a galinha?'' exatamente como devemos refletir sobre ''O QUE VEM ANTES? AS POLÍTICAS SOCIAIS,QUE AFETA A DINÂMICA DA POPULAÇÃO OU A POPULAÇÃO EXIGE UMA POLÍTICA SOCIAL?''
    Pra essa reflexão, a resposta é simples, há uma inter-relação entre os dois, um não vem antes do outro e sim convivem com um afetando o outro.o fato é que as políticas sociais impactam na população e esse impacto demanda políticas sociais diferentes.isto dar-se da seguinta maneira, as POLÍTICAS SOCIAIS impactam no crescimento da população,estrutura demográfica,distribuição e mobilidade populacional. E a POPULAÇÃO impacta as políticas sociais no tamanho,estrutura e distribuição dela mesma
    O programa chamado de planejamento familiar,é uma das políticas sociais que afetam as taxas de natlaidade e as constantes alterações na previdência social, tem sua justificativa em dados como os apresentados.O índice que chama a atenção é do IBGE,onde no período de '95 á 2000 jovens diminuem a sua renda e idosos aumentam sua renda, pois buscam complementos para a aposentadoria.Estaria então o governo, privigeliando políticas sosociais sofrem mudanças progressivamente, com o levatamento dos dados como exemplo dos apresentados aquiciais para aposentados?E esquecendo os jovens? Concretamente só podemos afirmar que as políticas sociais sofre mutações constantes, graças a levantamento de dados como estes do professor Beltrão.Podendo eventualmente gerar compensações para uma camada e descobrir outra.


O palestrante

 ¹ Professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas - ENCE.
Engenheiro mecânico formado pelo ITA em 1974, com Mestrado em Matemática Aplicada pelo IMPA e Doutorado por Princeton University em Estatística, com área maior de concentração em Séries Temporais e menor em Demografia.
Atualmente é Superintendente da Escola Nacional de Ciências Estatísticas - ENCE/IBGE - e membro do Conselho Diretor do IBGE.
É membro do Conselho Editorial da RBE e do Comitê Nacional de Organização da XXIV Conferência Internacional de População da IUSSP (Brasil, 2001).

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A "nova" forma de exclusão social (baseado em Amélia Cohn)

A partir de 1930, inicia-se a tradição de que o Estado tem a responsabilidade de cuidar, somente, dos segmentos que tem importância aos projetos econômicos. Dessa época para os dias de hoje, muda-se a realidade do Brasil e a diferença entre ricos e pobres se mostra cada vez maior. A pobreza deixa de ser um fenômeno que pode ser corrigido para ser um fenômeno natural e inevitável e, por isso, passível apenas de intervenções pontuais.
Com isso torna-se cada vez mais comum ouvirmos frases como: “o Estado não pode fazer tudo”, o que faz com que cada pessoa se sinta mobilizada a fazer doações individuais e que cresçam as organizações de entidades que fazem programas de combate à pobreza. Além disso, agora cabe ao próprio cidadão a garantia pela sua proteção social, já que não há mais a institucionalização de direitos e para a esfera privada fica a responsabilidade de satisfazer algumas necessidades básicas.
Ao mesmo tempo em que cresce aceleradamente essa “nova” exclusão social, o regime democrático é retomado e se fortalecem organizações sociais e sindicais, partidárias e institucionais com respaldos na Constituição. A proteção social cresce de forma dual: de um lado benefícios sociais seguritários que possuem um caráter contributivo e de outro, benefícios sociais assistenciais de caráter não contributivo.
O desafio é rever a “questão social” no Brasil a partir de uma perspectiva que desenhe uma nova rede de proteção social que enfrente patamares de pobreza e desigualdade, articulando Estado e mercado na área social de modo que não se atualize a velha disjuntiva: políticas públicas de corte social para os pobres e serviços sociais privados para os “não-pobres”. Lembrando que a formulação de um novo modelo de rede de proteção social precisa ser compatível com as novas formas de exclusão social.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Documentário "Muito além do Cidadão Kane"

     
     O documentário Muito Além do Cidadão Kane, foi prouzido e transmitido em 1993 por uma rede de televisão pública da Inglaterra. Este documentário mostra a posição dominante e o poder que a Rede Globo possui sobre a imprensa brasileira e até em relações políticas. A obra detalha a história da Globo, desde o seu surgimento, dando ênfase nas relações políticas que a mesma mantinha. A principal crítica que o documentário faz é em relação ao apoio da Globo ao Regime Militar, e a tentativa de mascarar a inflação no Brasil. 
     São apresentados os principais programas da emissora: o Programa da Xuxa, que ocupava a programação do canal a manhã inteira; o Domingão do Faustão, que o narrador do documentário descreve como um programa de "música, olimpíadas bobocas e catástrofes" (e acho que não mudou muita coisa até hoje); o Fantástico, que é visto como "um show da vida utilizando notícias, diversão e falso otimismo"; e o Programa do Chacrinha que foi considerado anarquista e censurado por 10 anos pela Ditadura. O documentário coloca como carro-chefe da emissora as Novelas, que dependendo do horário tem um público certo para atingir, o que também influencia na sua qualidade, em que as novelas das 6 seriam para donas de casa e crianças, as das 7 para quem chega do trabalho e por isso sem exigência de qualidade e a das 8 sendo a mais elaborada para manter a alta audiência. Além disso, destaca-se a importância do jornalismo, que carrega 40% do orçamento da emissora.
     O assunto mais interessante do documentário é o que diz respeito à eleição de 1989, que já foi citada em outros post, pois é nela que pela primeira vez os partidos de esquerda tem horário na tv. Porém, o que se assiste é uma manipulação da Globo a favor do então candidato a presidência Collor, em que foram feitos 2 debates entre ele e Lula (também candidato). No primeiro, Lula saiu "vencedor", e a diferença entre os dois candidatos era muito pequena, porém no segundo debate, há 3 dias das eleições, se tem uma edição do mesmo no Jornal Nacional, com o intuito de deter Lula e eleger Collor. Para os jornalistas, isso foi um ataque a ética do jornalismo, que pode não ter sido decisivo para o resultado das eleições que iriam mudar a década de 90, mas foi um importante fator.
     O documentário, infelizmente, não se aprofunda muito mais na década de 90, mas com ele é possível ver o quanto a Globo estava envolvida e tinha interesses nas mudanças ocorridas nesta década, principalmente a entrada da ofensiva neoliberal no governo de Collor e sua expansão do de FHC. Ele termina com o questionamento se a Globo conseguiria se libertar de sua herança com a Ditadura Militar. O filme não pode, até hoje, ser exibido no Brasil devido a uma decisão judicial, mas pode ser visto no YouTube, ou em  sites de downloads.