terça-feira, 7 de dezembro de 2010

BRASIL, MOSTRE A SUA CARA - A década de 90 sob vários aspectos





Para falar de contexto sócio-político dos anos 90 não podemos deixar de citar alguns momentos marcantes da década anterior que foram responsáveis por um período de estagnação do Brasil. A década de 80, chamada por alguns de “década perdida”, sofreu com crises econômicas que se refletiram numa grande retração da produção industrial e em um menor crescimento da economia no mundo todo. Por conta disto o desemprego se mostrou muito crescente da mesma forma que as taxas de inflação.

A década de 90 se iniciou trazendo a esperança de grandes mudanças e melhorias, o mundo se transformava com a queda do Muro de Berlim, no fim dos anos 80, e com o fim da União Soviética, no começo dos anos 90. O nosso país precisava então de um grande plano para superar as reminiscências do momento vivido na década passada. No Brasil, a nova década começava com o governo Collor que venceu as eleições implantando, especialmente, nos jovens a ideia de que o país entraria em um momento de expansão. Mas, quem estava lá para assistir milhares de “Caras Pintadas” nas ruas, pode perceber que o até então presidente do Brasil além de não cumprir com suas promessas ainda trouxe novos problemas para o país com o confisco de poupanças. Com o impeachment sofrido por Collor, Itamar Franco assume as rédeas do país, trazendo um pouco mais de estabilidade econômica e crescimento com a implantação do Plano Real em 1994. Fernando Henrique Cardoso, o FHC, que foi o Ministro da Fazenda responsável pelo Plano Real conseguiu se eleger por duas vezes seguidas após o fim do mandato de Itamar.

O período, no entanto, foi de aprisionamento da economia, que por conta das altas taxas de inflação não conseguia se desenvolver o que se refletia em grandes índices de desemprego. Com isto, o mercado de trabalho caminhou para a informalidade. Ampliou-se o número de matrículas no ensino fundamental e surgiram novas ofertas de vagas nos ensinos médio e superior, em contrapartida a qualidade do ensino piorou, a educação assumiu um caráter universalista, porém perdeu eficiência. A saúde melhorou um pouco, os brasileiros passaram a viver em média mais dois anos e as campanhas de vacinação diminuíram com doenças e infecções, mas apesar disto depender do Sistema Único de Saúde foi, e continua sendo, um verdadeiro jogo de sorte. Houve ainda ganhos quase que inexpressivos no acesso aos bens de consumo e aos serviços prestados, e o campo de distribuição de renda permaneceu sem alterações. O que causou mais vergonha sobretudo foi a área da segurança pública, a violência não parou (e não para) de crescer, e as vítimas, na maioria das vezes, são os jovens.

O que podemos concluir sobre a década de 90, é que esta, para os brasileiros, tinha tudo pra ter dado certo, ou seja, o Brasil tinha condições de superar as crises e obter um desenvolvimento favorável para o país neste período. Porém, o que vimos foi um baixo crescimento econômico e avanços contidos nas áreas social, da saúde e da educação. E para as áreas do emprego, da segurança e da renda, sem sombra de dúvidas, esta foi uma (nova) década perdida.




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