domingo, 10 de outubro de 2010

“Transformação política e econômica do capitalismo”



Baseado na tabela “Transformação política e econômica do capitalismo”, dada em sala de aula, e analisada a partir do nosso tema: o contexto sócio-político dos anos 90, iremos traçar o processo da trajetória do capitalismo mundial e seus reflexos no Brasil, que vão culminar na contra-reforma do Estado na década de 90.
No início do século XX surge o fordismo, que dá inicio a uma nova fase do capitalismo, a era monopolista, que supera a livre concorrência e a concorrência passa a ser entre os monopólios; o monopolismo se expande de tal maneira que passa a dominar mercados a nível mundial. Isso resulta num saturamento do mercado, e o fordismo surge como resposta a isso, trazendo a produção em larga escala e a criação da linha de montagem nas fábricas, isso potencializa a produção interna e permite a padronização, há uma rígida separação de funções de trabalho: homem-ferramenta, além da separação entre gestão e execução, passa a se planejar a capacidade de produção e todos os elementos da intencionalidade são feitos de forma a otimizar o tempo e a produção.
Esse padrão fordista traz a necessidade de uma maior presença do Estado que sai do papel de apenas zelar, é chamado a criar estruturas estratégicas para o desenvolvimento econômico e criar políticas públicas, com funções indiretas (infra-estrutura) e diretas (incidindo na reprodução da força de trabalho). Sempre o capital irá mobilizar mais gente do que utiliza, para que desta forma ele exerça o controle da força de trabalho por meio dos salários baixos, pois é necessário controlar o movimento operário.
O período fordista é também o período do Welfare State, quando este entra em crise o fordismo também entra, dando início assim a uma reestruturação produtiva, uma vez que há necessidade de se encurtar o tempo útil das mercadorias e extrair a mais valia excedente sem aumentar as horas de trabalho, evitando assim conflitos com o movimento operário, que nesse momento possuía força e destaque no cenário político. Essa reestruturação será o modelo de acumulação flexível (Toyotismo).
O toyotismo vai supor uma intensificação do processo de trabalho, combinando as formas relativa e absoluta de extração da mais valia, vinculada a uma produção de demanda individualizada, a linha de produção passa a ser trabalho em equipe e o trabalhador passa a ser polivalente; produção just in time, sistema Kanbam¹, horizontalização e terceirização da produção e qualidade total.
Esse processo de reestruturação produtiva do capital é a base material do projeto ideopolitico neoliberal, tendo como reflexo: uma informalização do mercado de trabalho, que agora atinge a todas as categorias, ou seja, é a precarização do trabalho junto ao processo de terceirização; desregulamentação dos direitos do trabalho; nova forma de organização no movimento operário, devido à fragmentação da classe trabalhadora; a descentralização da produção; a mercantilização dos direitos sociais; substituição da força de trabalho por máquinas e o aumento do setor de serviços (terceiro setor).
Esses reflexos irão mudar as bases de renda familiar do brasileiro, levando este a buscar outras fontes para complementar seus salários, uma vez que esses não são mais suficientes para suprir suas necessidades.

¹ Kanbam: Sistema de códigos para controlar os estoques, indica as peças que vão faltar, passando a não precisar mais de almoxarifados/estoques.


Referência bibliográfica:
ANTUNES, Ricardo, Os sentidos do trabalho. São Paulo: Boitempo. p.29-59.


Nenhum comentário:

Postar um comentário